Café passa a ser o novo foco no Noroeste de Minas

Rico em água e terras produtivas, o Noroeste de Minas sempre se destacou no agronegócio brasileiro. Seja na produção de soja, milho, feijão, carne ou de leite, a região acaba se despontando nas primeiras colocações do PIB agropecuário e segue, por conta própria, já que parece esquecida pelas autoridades em Belo Horizonte e Brasília, buscando meios para permanecer no topo.

Café

Há muito, a produção de café é uma realidade, porém, agora, esse ouro preto ganhou o foco dos produtores e vem ocupando ainda mais espaço nas terras noroestinas. Neste ano foram vários os registros de eventos como seminários e dias de campo discutindo a expansão da produção do valioso grão. Em maio, por exemplo, mais de 120 cafeicultores, técnicos e pesquisadores participaram de um Dia de Campo no município de Bonfinópolis de Minas e debateram muito sobre rentabilidade e a qualidade do produto. O evento, promovido pela Fazenda Olhos D’água em parceria com a Epamig e a Embrapa, buscou principalmente fortalecer o cultivo na região e apresentou novas cultivares, além de resultados de pesquisas, demonstrações práticas inovadoras e avanços no melhoramento genético da cultura, bem como inovações ligadas ao manejo e conservação do solo.

Encontro 

Agora em agosto um Encontro Técnico foi idealizado pela Associação Comercial e Empresarial de Unaí, através de sua diretoria de agronegócios, em parceria com Epamig. O Encontro contou com a participação de cafeicultores e técnicos, abordou estratégias práticas para o aumento da rentabilidade nas lavouras e discutiu temáticas como manejo de irrigação, nutrição equilibrada, novas cultivares adaptadas ao clima local e alternativas de comercialização que valorizem a qualidade do café produzido no Noroeste mineiro.

Noroeste 

Minas Gerais responde por quase 50 por cento da produção brasileira de café, o Sul de Minas sempre foi destaque, porém, nos últimos tempos, o Noroeste de Minas vem surgindo como a nova fronteira agrícola de café. Segundo o IBGE, em 2023, a produção de café na região era de 557 mil sacas produzidas numa área de 11 mil hectares. A topografia plana, a disponibilidade hídrica e as características climáticas tornam a região altamente competitiva, com potencial para produção de café de alta qualidade, baixo custo e elevado rendimento.

João Pinheiro

Os grandes produtores de café já enxergaram isto e estão investindo na região. A última noticia sobre o setor dá conta de que a Jacurutu Coffee, maior fazenda individual de café do mundo, vai se instalar em João Pinheiro e ocupará uma área de 5.500 hectares irrigados. O empreendimento vai contar com investimentos que chegam à casa de 1bilhão de reais e promete ser o maior do planeta. O projeto já é uma realidade e a primeira etapa do plantio vai se iniciar agora em 2026. A região foi escolhida por reunir condições climáticas ideais para o cultivo do arábica, com baixo risco de geadas e altos índices de produtividade. O projeto também conta com represas que somam 240 hectares de lâmina d’água que vão garantirabastecimento hídrico para a irrigação integral.Estima-se que a implantação do projeto deve gerar 600 empregos diretos e outros 2 milindiretos.

Unaí é destaque na produção de mudas

Em Unaí, um empreendimento de produção de mudas também enche os olhos dos produtores da região, trata-se do Viveiro Sacoman. O viveiro já existe há 27 anos em Unaí, porém, ganhou ainda mais destaque agora neste último biênio, ao investir na produção de 18 milhões e 700 mil mudas de café, suficientes para abastecer mais de 3 mil e 500 hectares. Com experiência de 38 anos, o produtor Clésio Sacoman, proprietário do Viveiro, afirmou ao Jornal Visão Regional que a qualidade na produção de mudas é primordial, visto que, lá na frente gera boa produtividade, um dos principais fatores de lucratividade. “A cultura é de alto custo, por isso não pode, de maneira alguma, iniciar de forma errada”, destaca Sacoman, afirmando investir sempre no conhecimento de seus colaboradores. “Investimos com freqüência no treinamento e no aperfeiçoamento organizacional. Temos uma área técnica e administrativa muito bem planejadas, o Viveiro é todo documentado, registrado nos órgãos competentes, mantêm suas licenças em dia, possui assessorias e prima pelo trabalho de excelência”, completa ele, lembrando que, por isto, o Viveiro Sacoman sempre ganha o reconhecimento de seus clientes. “Fornecemos mudas para grande parte do território nacional e atendemos os cafeicultores, grandes ou pequenos, com satisfação. Estamos sempre à disposição também para colaborar com informações”, conclui Clésio Sacoman.